TÁ PRA MATAR

Sim, eu estava determinada a matar alguém naquele dia. O que a TPM não faz com uma mulher...

Estava eu, Sophia, singelamente trabalhando, quieta no meu canto, contando os segundos pra ir embora. Eis que surge a minha frente meu queridíssimo chefe com a seguinte frase ‘tem como você ficar até mais tarde pra fazer as pautas? As aulas começam amanhã’ (lê-se: Você tem que ficar até mais tarde, já que os coleguinhas da noite são incompetentes). E ainda lê-se mais: você TEM QUE ficar.

Fiquei. Fiquei puta da vida, claro. Qualquer mulher com cólicas e distúrbios hormonais (que alguns chamam de TPM, como se fosse a coisa mais normal do mundo) ficaria puta na minha situação.

Fiz o que tinha que fazer, correndo. Fui pra sala ao lado, onde trabalha um vagabundo amigo meu, imprimir o meu trabalho.

No meio do caminho (sim, uma sala ao lado da outra, e ainda tem ‘no meio do caminho’) veio uma aluna com perguntas da melhor qualidade. Não a matei por falta de oportunidade (estava sem algum objeto próprio pra isso). Continuei a fazer minhas coisas e, depois de um ataque de bipolaridade, me vem um coleguinha de trabalho e diz:

- O que você tem? Está tão nervosa, sem motivos...

- SEM MOTIVOS?

-...

-...

-Ok, estou de TPM.

-Ahhhh, então é isso. Chora pra eu ver, chora?

-Han?

-É, eu adoro ver mulher de TPM chorando. `Você não me ama mais! Eu não gosto disso, namora comigo há dois anos e não me conhece ainda!` hahahaha

-Ah, eu posso até ficar irritada, mas chorar não. Com certeza.

Saí de lá quase fugida e fui pra casa. Casa vazia, todo mundo saiu e ninguém, sequer, me chamou.

Aham, deitei no sofá e chorei feito uma criança. Uma criança!

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Ps.: essa é a história que eu posso contar, já que as pessoas não acreditariam na verdade.

Só posso divulgar que, na verdade: fui eu quem sujou a Baía de Guanabara. Afinal, eu tinha que esconder aquele traste em algum lugar. Era demais! Namorava comigo há dois anos e não sabia do que eu gostava!

Ps2.: Se quiser jogar alguém na Baía também, não aconselho parar no meio da ponte. Alguém pode ver. Caso isso aconteça, aumente o som do carro, finja que está admirando a paisagem e 'sem querer' empurre mais um pra sujeira. Nunca é demais pra alimentar aqueles peixinhos.

Ps3.: E também você pode... não, deixa pra lá. O efeito do álcool passou e a TPM já até acabou.

Tenho que ir, meu chefe está me chamando...Acho que eu tenho que parar de assistir CSI e Dexter.

Ou não.

DAMONÍACAS: HOMEM CASADO

- Oooooi...
- Oi.
- Quero falar com você fora do escritório.
- No almoço?
-Bem, pensei num jantar...um vinho.
-Vinho?
-É. Aquele líquido avermelhado...
-Sei! Você é o cara que vem me olhando há 2 meses. O cara do faturamento! E você não é casado?!
-Casado?
-É!
-Sou. E é sobre isso mesmo, princesa.
-???
-Queria uma opinião sua. Você acha que devo largar minha esposa? É que estou confuso. Vivemos juntos, mas não tem mais sexo. Queria muito alguém pra conversar, me dar apoio.
-Apoio?
- É. Para apoiar minha cabeça na cama de um motel maravilhoso da Avenida Brasil!
-Qual cabeça?
-???
-Pois bem, Henrique. Você quer mesmo uma opinião?
-Claro!
-Hum. O casamento também já me trouxe dúvidas.
- Você já foi casada?
-Sim. Também paramos de fazer sexo.
-Já estavam como irmãos...
-Não. Ela tinha outro.
-Ela???!!!
-É.
-Bem, Rosana, eu...me desculpe sobre o vinho, o motel...
- Não. Está tudo bem. Eu gosto de homens.
- Sério? Hum...você é bi?
- Putz! Acertou, Henrique!
-É bi?!
-Bi...
-Uau!
-...cha! Quase operada! Uma quase mulher! Tô louquinha nesse vinho e no motel, bofe...só se for agora...
-É...pensando bem, Rosana...meus filhos precisam de mim, minha mulher...temos muitos bens pra dividir...tô cheio de trabalho no faturamento...a gente se fala!
-Beijo! Me liga.

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Dica Damoníaca Final: se não conseguir afastar o homem casado com a técnica descrita, sugerimos comprar um urso de pelúcia, balões de aniversário, flores e declarar-se para ele num programa de auditório de sábado à tarde da TV aberta... Se ele ainda resistir, daí, só Jesus. Luz! Afinal: veja lá se Madonna ainda fala naquele Antonio Banderas...

DAMAS RESPONDEM

CARTA DE HOJE: DAMA POR UM FIO

“Queridas damas,

Cauã é um cara fofinho que ficou comigo na Sextaneja. Beeem fofinho! Já disse pra ele parar de comer mas...vocês sabem. Quando a pessoa nasce com um propósito... Pois bem. Já faz uma semana que não tenho notícias de Cauã. Um amigo gay em comum disse que viu o gatinho com outra! Será?

Não quero ser chata ou grudenta. Nem quero fazer a louca. Acontece que ele pode ser tímido, certo? Ele até me contou sobre a infância: a relação com o pai alcoólatra, a mãe que faz programa pra sustentar a irmã caçula, as 10 vezes que cursou o oitavo ano...enfim! Só tento ser compreensiva.

E aí, amigas, ligo ou não ligo pra ele? “

Eleonora responde:

Querida Me-enrolo-que-gosto-com-fio-ou-sem-fio,

Eu não confio. Em homem. A primeira questão, no entanto, é saber se ele é homem. “Um amigo gay em comum” não é nada comum, concorda?

Outra questão é saber se a “outra” não é outra pizza, outra feijoada, outra rabanada. E, por falar em rabo e suas derivações...você sabe. Já falei do amigo gay.

Quanto à preocupação com a tocante história familiar, eu diria que você tem todas as habilidades para assistência social de abrigos e orfanatos. Fabuloso! Pagam mal, mas é o tipo de trabalho que empobrece, perdão, enobrece a alma. Pena que toda essa sua compreensão não tenha sido suficiente para ele mesmo lhe telefonar nos últimos sete dias.

“Ele pode ser tímido”. Poder pode. O fato é que ainda não phodeu. Você.

Sabe o que mais? Liga pra esse puto. Melhor: apareça na casa do infeliz vestida de pizza. Assim...assim vai dar. Ao menos você vai.

Não leve a mal. Não há dama que esteja satisfeita no quesito Telecomunicações da Vagabundagem. Só torço para que ele seja gay. Você, o bofe e o amigo em comum passeando domingo na feirinha hippie! Melhor que ficar em casa levando o celular até pro banheiro...

PS: Jamais acredite na história triste de um vagabundo. Depois de cinco meses, você terá certeza de que foi ele mesmo quem enlouqueceu a família. Não ouça bobagens de nenhum Cauã. Exceto do Reymond.

PS: Toda vez que um vagabundo fizer pouco caso de uma dama, esta deve apenas relaxar, aproveitar e GOZAR. Afinal, existe, no mundo, SACANAGEM maior do que essa, querida? E o melhor é que não engravida.

Afinal, esse jogo de xadrez é ou não é um jogo de damas?

O jogo de Xadrez é jogado por dois jogadores. Um jogador joga com as peças lindas (você) e o outro jogador, bom, esse é você, que ao contrário dele joga com a cabeça de cima e, na maioria das vezes, com o coração (aliás, precisa parar de fazer isso).

Você pensa que é a Rainha e aí, quando você menos espera vem o Rei e passa por cima de você.

Não, espera, esse é o Cavalo. Ou eu deveria dizer, vagabundo? Então você acha que vai dar um xeque-mate e quando menos espera, o Rei simplesmente some. Como ? Isso não é contra as regras? Aii, que jogo difícil! Nunca vi tanta regra, tanto detalhe. Pior que isso mesmo, só jogar xadrez com vagabundos. Existem regras que nós desconhecemos, pode variar de um pra outro e você sempre perde!

Pois vamos tratar de aprender algumas regras desse joguinho da conquista:

1ª - Ninguém conquista ninguém com ele. Fato. Portanto, não repita isso com ele, vai perder.

2ª - Quando você se vir dentro dele, estando sem saída, faça o mesmo com ele (e sim, ignore a primeira regra).

3ª - Não ligue, não mande mensagem, nada de inventar desculpas pra puxar assunto.

4ª - Essa é pra reforçar a de cima: Não ligue, não ligue, não ligue... SE CONTROLE, MULHER!

5ª - Está ficando mais difícil, mas vamos lá! Evite ir a todos os lugares que ele vai. Sim, ele sabe quando é de propósito.

6ª - NÃO compre presentes. Jamais, em hipótese alguma! Aquela blusa não é a cara dele. Ele não vai gostar.

7ª - Quando a estratégia dele for boa demais a ponto de você acreditar que ele é fofinho e legal, feche os olhos, sente-se e repita para si mesma o mantra das damas: Ele é legal, mas ele é homem; ele é legal, mas... o número de vezes que julgar necessário.

8ª - A regra do: "piece touche piece joue", ou 'peça tocada, peça jogada'. Entendeu, né? Faça votos de castidade ou entregue o ouro ao bandido. Aí pronto, a Rainha foi pro beleléu.

9ª - Saia com as amigas. Vá pra boate bater cabelo, vá bombar em barzinhos. Saia com muitas amigas, saia com algumas amigas, saia com poucas. Que saia sozinha! Mas saia. De saia, de preferência. Chama mais atenção.

10ª - Essa é muito difícil, porém, a mais importante. Não acredite nele quase nunca. Só depois, quando você ganhar o jogo.

11ª - Por fim, quando encontrá-lo por acaso, o trate como um peão qualquer do tabuleiro. Se você não o quiser mais, vale fazer olhar de Rainha pra peão. Se ainda quiser, não custa fingir um olhar de peão pra peão (aham, como se fossem iguais).

É nessa hora que a Rainha desce do tabuleiro, coloca seu scarpin vermelho e sobe no tabuleiro das damas, coloca o vagabundo no jogo mais simples, mas onde a gente, cara Dama, sempre ganha.