Quando eu vi, estava entrando em uma loja que tinha seus vidros cobertos para não se ver o que faziam lá dentro (como se ninguém soubesse). Fiquei ali, sentado e esperando ansiosamente. Havia um silêncio constrangedor e uma tensão (óbvia) entre as mulheres que ali estavam. Como se a situação já não fosse aterrorizante o suficiente, eu ainda tinha que ser o único homem no lugar, mesmo estando claro que estava só acompanhando.
Eis que surge uma mulher de uma portinha e chama o nome de uma delas. De tempos em tempos surgia uma nova mulher chamando um nome e o gozado era que todas tinham o mesmo ar sinistro: vinham com uma calça rosa ultra colada, uma touca na cabeça, um blush em forma de bolinha no rosto e um sorriso muito maléfico (já é de se imaginar o porquê). Por muito pouco eu não a confundi com o boneco de Jogos Mortais.
Pelo sim, pelo não, resolvi ficar quieto e não fazer comentários. Mais pelo não que pelo sim. Afinal, eu não queria ser levado pra uma daquelas salas de torturas naquele corredor que parecia não ter fim.
Depois daquela eternidade esperando, minha mulher volta com um ar de satisfeita, agradece à pantera cor-de-rosa e ainda paga pelo serviço de tortura. Mulheres e depilação, vá entendê-las.